terça-feira, 3 de dezembro de 2013

INFÂNCIA - O DIA DA CRIANÇA COMEMORADO EM GRANDE ESTILO





A  ESCOLA ESTADUAL PADRE DIMAS COMEMOROU O DIA DAS CRIANÇAS COM GRANDE ESTILO




Após conferir as fotos leia o artigo abaixo e veja que nem sempre a criança foi tratada desta forma: 

 A Infância após a Idade Média 



História Social da Infância e da Família segundo Philippe Àries

concepção de infância que conhecemos hoje vem evoluindo e se desenvolvendo desde o século XV; foi no fim desse século que começaram a acontecer as mudanças. 





Até então, o que denominamos de primeira infância (três ou quatro anos), a criança era acompanhada pelos pais e tinha seus momentos de criança, isoladamente ou brincando e jogando com outras crianças. Logo depois, passam a jogar e brincar com os adultos e com jogos de adultos; até mesmo das festividades esses pequenos participavam até acabar. As famílias não desenvolviam afetividade pelas crianças e não havia a preocupação em cuidar deles com sentimentos fraternos.
         Na Idade Média, a infância terminava para a criança ao ser esta desmamada, o que acontecia por volta dos seis a sete anos de idade. A partir dessa idade, ela passava a conviver definitivamente com os adultos. Acompanhava sempre o adulto do mesmo gênero e fazia o mesmo que eles: trabalhava, frequentava ambientes noturnos, bares etc.
  Ainda não havia o conceito de escolas. O que existia eram as salas de estudo livres, frequentadas por qualquer pessoa que necessitasse aprender a ler e escrever: crianças, adolescentes e adultos. Lembrando que, se a infância era curta, a adolescência não existia. 
Além disso, não existia um trabalho pedagógico diferenciado de acordo com cada faixa etária; as classes podiam conter até 200 alunos. Estudavam pessoas de qualquer classe social; nessa época, não se fazia distinção entre eles. O convívio entre as classes sociais era normal em qualquer lugar da sociedade.
              As meninas não iam para essas salas; elas eram educadas nas casas em que moravam e recebiam a educação que seus pais ou responsáveis lhe proporcionavam. Era costume mandar seus filhos para casa de amigos mesmo nobres, ou de um mestre em algum ofício, para aprenderem a ser adultos. Acreditavam que seus filhos precisavam aprender na prática suas funções; todos enviavam seus filhos para outra família cuidar. 
        Alguns afazeres eram sempre feitos por aprendizes, crianças; nem mesmo os empregados da casa os desempenhavam, como, por exemplo, servir a mesa.. Até os 18 anos, eles moravam em outras casas. As meninas também eram trocadas entre as famílias para aprenderem a serem donas de casa até que casassem, por volta dos 13 a 14 anos.
No final do século XV e começo do XVI, começa-se a cobrar da sociedade o cuidado com a criança e a necessidade de se desenvolver afetividade fraterna pelos filhos. Lentamente, esse processo passa a mudar e as crianças adquirem o direto de estar mais próximas de seus pais. Começam a aparecer mais escolas populares, onde todos do gênero masculino podem frequentar, independente da classe social. Muitos meninos frequentam essas escolas, onde já se faz um trabalho pedagógico diferenciado, nas quais havia classes separadas por idades.
            No começo, eram internatos, ou os alunos moravam em pensionatos e frequentavam as escolas. Mas as famílias sentem necessidade de estar mais próximas de seus filhos e começam a existir os externatos.
No entanto, essas escolas eram muito rígidas e não havia preocupação com a formação integral das crianças; o foco estava na educação para a moral e bons costumes, para que possam ser bons trabalhadores.
É a partir do princípio do século XX que a escola começa a mudar sua postura perante a educação das crianças, percebendo a sua importância para o seu desenvolvimento como ser humano.
       Para Damazio (1991) a criança passa por limitações impostas pelos adultos que as impedem de ser o que realmente são. “Fico sempre com a sensação de que algo se perde pelo caminho. Seja o brilho dos olhos, o sorriso e a palavra espontânea ou a criatividade fácil e corriqueira” (p. 8). 
Para ele, a criança precisa ser respeitada e esse respeito pela criança começa quando reconhecemos sua  autonomia que se traduz em: “apreender o mundo, sentir seus limites, seus potenciais, seus desejos e fantasias. 
            Nós só podemos reconhecer essa autonomia se tentarmos entender como funciona esse sujeito chamado (por nós) de criança” 
       É preciso acabar com a visão que as pessoas têm da criança ser um ser indefeso e dependente. A criança não é melhor ou pior que o adulto, ela é diferente porque pensa e sente diferente.
      A criança é uma pessoa ávida de sensações e conhecimentos. Seu aprendizado é a marca mesma do seu estar no mundo. O grande equívoco está no adulto que vê a criança como sua miniatura. Na criança a experiência e a expressão são brinquedos, a invenção é prazer, viver significa descobrir: abrir portas, ir além do espelho. A linguagem e a vida se mesclam numa relação vital e completa. (Damazio, 1991).
             Para Arroyo (1994), a infância são várias, variam de criança para criança. A infância no campo não é como na cidade, ela é mais curta, já a da cidade pode ser desfrutada por mais tempo não é preciso sair cedo de casa para ajudar o pai no trabalho. 



Assim como a da criança de favela não é igual a da criança do condomínio fechado, elas não deixam de ser crianças, mas viverão a infância de forma diferente, uma poderá ser livre e trará o sustento da casa desde cedo, a outra não precisará trabalhar tão cedo, poderá ter uma infância mais 


longa, mas será privada da liberdade que a criança da favela desfruta.








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